segunda-feira, 27 de abril de 2009

Avó "aprendiza"



Sempre gostei de ensinar ( não tivesse sido eu professora!) mas também adoro aprender. Tudo o que sei (que não é muito) partilho, com grade satisfação, não só no que diz respeito à minha área profissional mas, igualmente, noutras competências/hobbies (culinária, arraiolos, rendas, ponto cruz, jardinagem, etc.). Não faço “caixinha”, divido os meus modestos saberes por todos os que por eles se interessam.

Ora, no caso do tricot, sentindo-me com imensa vontade de subir de “nível”, talvez do 3 para o 4 (ainda são vestígios da avaliação!!!), decidi pedir ajuda, alguns esclarecimentos, para poder progredir, aperfeiçoar os meus trabalhos. Recorri à fonte certa, a uma amiga, profissional no ramo, que me orientou em certos pormenores patentes nesta sainha e que fazem toda a diferença.

Veja-se o encaixe na parte das costas, as tiras que contornam as cavas, os mates dos lados…





Foi com estes ensinamentos, dicas táctico-pedagógicas que me vão, estou certa, servir de base a futuras experiências, que concretizei mais este miminho. O meu bem haja à Fátinha!

terça-feira, 21 de abril de 2009

Avó deprimida




ABRIL, ÁGUAS MIL”…
Mas tanto vento, tanto frio, tanta neve, nuvens tão bem instaladas!
Não bastando este panorama vivido nas últimas semanas, ainda fomos assolados pelas notícias da crise, da miséria, do descalabro mundial!
Deprimente!
Cada vez mais me orgulho de ter pertencido ao quadro de uma escola dos subúrbios da cidade, onde há 10/12 anos, já a própria escola, por iniciativa própria, mediante muitos casos de desemprego e de pobreza, tomava medidas no sentido de minorar as carências sentidas por algumas famílias. Uma preocupação louvável testemunhada nas refeições super bem confeccionadas servidas aos alunos para quem o almoço da escola era a única refeição quente do dia.
Havia alunos praticantes de modalidades desportivas que, por despenderem mais energias e chegarem mais tarde a casa, a escola conseguia (quase por artes mágicas) que levassem um lanche sob pena de só voltarem a comer, no dia seguinte, ao pequeno almoço, no bar da escola!!!
Ainda não se falava de crise. A minha escola não era, certamente, caso único, era um dos casos pontuais. Hoje estão generalizados!!!
O que fazer? O que podemos fazer quando sabemos que há pais que entregam, de manhã, as suas crianças nos infantários com a mesma fralda do dia anterior?
Falta de higiene? Fome? Vamos voltar aos tempos idos, dos nossos pais e avós, em que 1 sardinha era dividida em três partes?
Fala-se que a Igreja, a Escola e as IPSSs vão intervir mais e remediar alguns problemas…
Estou muito céptica. As escolas e as IPSSs estão a atravessar momentos económicos particularmente difíceis. Vamos rezar a todos os santinhos para que a Igreja nos possa salvar nestes momentos tão desesperados!
Para contrariar e reagir a este quadro real e negro (não estou a falar de campanha negra!) impus a mim própria, fazer este miminho de cores quentes, vivas e garridas para transmitir uma certa alegria contrastando com todo este clima envolvente.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Avó doméstica



Aleluia! Aleluia!
A Páscoa é uma das épocas festivas do ano com mais tradições na minha aldeia, (Tocha). Praticamente todas elas ainda resistem embora não vividas com tanta intensidade.
Ainda hoje o padre leva às casas dos seus paroquianos a cruz a beijar. Faz parte do ritual as pessoas visitarem-se neste dia, deambulando de casa em casa para retribuir os votos de uma boa Páscoa.
É um convívio fugaz, mas muito enraizado entre familiares, vizinhos e amigos mais próximos.

É também neste dia que os afilhados procuram os seus padrinhos para lhes pedir a bênção e o folar; o folar propriamente dito consta de um pão com ovos ou um bolo especial e um pacote de amêndoas. Há, todavia, uns padrinhos mais beneméritos que presenteiam os afilhados com mais algum acréscimo, mas o importante é relembrarem-se do papel relevante que podem, eventualmente, vir a desempenhar na ausência dos pais tendo, por isso, sido escolhidos criteriosamente e não só por razões afectivas.

É nesta altura do ano que, ainda hoje, muitas pessoas fazem as “limpezas grandes” das casas. Ainda tenho entranhada a tão agradável mistura de odores vividos nesses dias – o cheirinho da cera do chão, dos bolos que levavam horas a levedar (consoante a temperatura do ambiente e as “voltas” que se davam à massa), o perfume do alecrim e rosmaninho espalhados à entrada de casa (para dar luz verde ao padre); e a esta memória olfactiva, a não menos exuberante auditiva – o sino da igreja, os foguetes, a campainha que anunciava a chegada do padre!!!

Lá vão os tempos, em que as casas mais modestas (nos arredores da aldeia) só eram lavadas nesta data, único dia do ano em que a porta se abria especificamente ao “sr. prior”, sua comitiva, aos familiares e amigos (quanto mais não fosse este já era um motivo nobre para se festejar a Páscoa!); até se caiavam as paredes enegrecidas ao longo do ano pelo fumo das lareiras! ( era uma barrela a sério!)

Embora sem estes preciosismos, também andei mais envolvida, esta semana, nas lides caseiras, o que não me impediu de fazer este casaquito amarelo.
Já não consigo viver sem tricotar!
Apeteceu-me criar este conjunto de pontos que resultou neste miminho de tão fácil execução e com um efeito tão gracioso!!!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Avó conselheira






Passámos uma semana tremendamente agitada com cimeiras, reuniões, jantares de gala, onde também não faltaram os cházinhos das 5 "tea time" para as madames. Não, não sou contra, até acho que o chá faz muito bem, sobretudo aquele que se toma em pequeno. Entendo é que não se fique pelo chá e pelas conversinhas de ocasião que todos sabemos que não passam de circunstância. Tenho esperança que a primeira dama, a Michellita, tenha convencido as demais a seguirem-lhe o exemplo, a passarem para o terreno na verdadeira acepção da palavra. A Casa Branca, na verdade, terá mais hectares do que as “modestas” mansões das restantes congéneres mas, também lá terão, certamente, uns bons metros quadrados menos bem aproveitados. E nem todas precisam de ter a estatura robusta e pujante dela para fazerem uns mini canteiros de agricultura biológica e darem exemplos ao mundo, como aprendendo se pode ensinar a contribuir para uma regeneração ambiental e criar um planeta mais saudável.
Para aquelas madames de tez mais branca e sensível ao ar ou ao sol e poderem ficar, eventualmente, menos apetecíveis, também a primeira dama as pode incentivar ou mesmo ensinar um tricot ou crochet para não serem apenas compradoras nas quermesses de beneficência; tornar-se-iam colaboradoras e produtivas!!!
Eu já vi Michelle Obama, ela própria, a cuidar das plantações e não estava a ser escoltada pelo cão de água português!!! “cá para mim” ela é mulher de fibra, (não estou a dizer de febra), muito completa, que sabe fazer tudo e, com a sua reconhecida pedagogia, vai, a par do marido, revolucionar positivamente este mundo tão depauperado em que estamos a viver.
Tenho a certeza que os maridos ficariam agradecidíssimos, quanto mais não fosse por as verem ocupadas e, assim, terem mais tempo para “queimarem a pestana” a encontrar soluções para a crise, com menos risco de “rebentarem os fusíveis”.


Bem, mas agora estamos na Semana Santa, na chamada Semana Maior que nos convida à reflexão, meditação, a uma tranquilidade física e espiritual. É neste clima de serenidade, paz e amor que desejo a todos e muito especialmente aos meus leitores uma Grande Páscoa.


E com esta conversa toda, o essencial ficou para trás – o casaquinho verde! A particularidade deste miminho consistiu em ter jogado com o canelado nas frentes de maneira assimétrica e rematando-o com um picot visivelmente muito gracioso. Como fica bem com o vestido de xadrez!!!

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Avó poupada





E como no “poupar é que vai o ganho”, agora é “fazer render o peixe”. Há que tirar proveito e partido do investimento feito nas várias lãs utilizadas no casaco e macacão dos “posts” anteriores.
Fui criada num ambiente de poupança que nada tem a ver com forretice. O lema era e perpetuar-se-á no meu meio familiar o espírito de economia, onde uma boa orientação, o gerir bem e seguir à risca a lei de Lavoisier (“…nada se perde, tudo se transforma”) são condições indispensáveis para o atingir.
Em tempos de crise, como os que estamos a atravessar, é pertinente relembrar estes princípios e imprescindível aplicá-los. Com os recursos disponíveis e recorrendo a alguma imaginação, encontramos sempre uma saída mais ou menos airosa para resolver o problema.

Neste caso, achei por bem fazer um casaco curtinho (e até é assim que eles se usam!) e decotar bastante para gastar menos fio e ao mesmo tempo mostrar a laranjinha do peitilho do vestido.
Surpresa das surpresas! - ainda sobrou lã!!! o que não deixa de ser sintomático – afinal, quando somos muito comedidos nos gastos, por vezes, somos agradavelmente surpreendidos com os resultados!!!
Uma fatiota toda alegre, muito janota!!!