sábado, 24 de julho de 2010

Avó provinciana







Espero não defraudar as minhas leitoras com este desvio aos habituais tricots mas sinto-me tentada a quebrar essa rotina e revelar uns laivos de uma outra minha grande paixão. Nem todas as tarefas caseiras me são agradáveis - tenho um mau relacionamento, mesmo nada amistoso com aspiradores, (andamos sempre aos encontrões); limpar pó também não acho piada nenhuma...Mas a cozinha... Efectivamente adoro cozinhar sobretudo comida tradicional - um bom cozido à portuguesa, uma saborosa feijoada, um rancho apetitoso, umas sopas bem gostosas, substanciais,...(comida toda ela muito levezinha?!) pratos não sofisticados, muito naturais que, para além de encherem o olho, consolam a fraqueza de alguns e satisfazem plenamente os mais esganados!!!
Não, não sou adepta da "nouvelle cuisine", visivelmente apetecível, cheia de arte, sem dúvida, mas que, por ser tão escassa, mesmo minguada, a sua degustação é demasiado breve, efémera, leve... é a minha costela provinciana... aprecio o requinte mas prefiro "pratos mais cheiinhos" como as próprias fotos o demonstram.
E também não está bonito? Para além de ser delicioso, o certificado de qualidade é garantido!!! Um simples pudim de peixe com diversos acompanhamentos - uns dispostos aleatoriamente, outros estrategicamente para o resultado final ser tão apelativo.
Foi servido fresquinho, ao ar livre, no dia do 2º aniversário da Mariana. Completamente diferente dos usuais mas não deixa de ser um miminho da avó! Ela merece!!!

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Avó crítica




Diz a sabedoria popular que só nos sentimos completos, realizados depois de ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro.
Apesar dos seus verdes anos, a Cláudia já tudo isto fez admiravelmente!...
Plantar uma árvore é fácil; ter uma filha perfeitinha, linda, simpática como a Martinha já é muito difícil; escrever um livro deste teor é muito trabalhoso, exaustivo, muito delicado por exigir tantas e tantas leituras, imensas conversas/entrevistas, um enorme poder de síntese e de comunicação para conseguir transmitir tão bem o essencial de uma análise dos processos mais mediáticos que têm assolado, nos últimos anos, o nosso país!...
...e a acrescentar a este contexto e, não menos relevante, foi ter sido capaz de o conciliar com os primeiros nove meses de uma criança que, por mais boazinha que seja e sabemos que é, reivindica muitas horas de sono e preocupações!!! Só por grande paixão e ter a bebé como forte incentivo e inspiração!...
Um livro de grande actualidade, interessante, útil, elucidativo, com uma linguagem bastante conotativa, muito acessível... recomendo vivamente como diria Marcelo Rebelo de Sousa!!!
Muitos, muitos parabéns!
Com toda esta sua perícia e precocidade não tenho dúvidas que nos irá brindar, daqui em diante, com muitas outras plantações, mais crianças e muitos outros livros contribuindo, assim, para a reflorestação, incremento da demografia e cultura do nosso país!!!
No dia da apresentação do livro fiquei encantada com a Martinha! Tão doce, bem disposta, muito calminha, com um vestido fantástico em tons de azul! Se bem o pensei, melhor o concretizei! Chegada a casa, mãos ao trabalho...(também não sou mulher de me ficar pelos pensamentos, pelas palavras e muito menos por promessas)...saiu este casaquito azul clarinho para combinar com o seu cabelinho loiro, o seu tom de pele e as suas toilettes!...

terça-feira, 6 de julho de 2010

Avó desalentada







O laçarote e o modelo da saia poderão, eventualmente, induzir as minhas leitoras menos atentas a depreender tratar-se de mais um miminho clone de outro anterormente apresentado. Para desfazer o equívoco, atrevo-me a propor o tão tradicional jogo das 7 diferenças:
- este casaco não é inteiriço
- tem outra cor
- é raglan
- a malha é feita num ponto diferente (sem nome?)
- a barra da saia é feita no ponto utilizado no casaco
- a parte de baixo da saia é feita em liga
- os carapins/chuteiras são às risquinhas...
Estas "chuteirinhas" são para a Maria... oxalá consigam congregar mais atenção, entusiasmo, inspiração do que as calçadas pelos nossos jogadores.
Em pleno campeonato mundial, onde prevalece ainda um clima de incertezas e de incógnitas há, infelizmente, para os portugueses, um dado adquirido, muito concreto - Portugal foi eliminado ( e bem eliminado).
No contexto actual, de depressão colectiva, seria magnífico, recuperador para o nosso ego andarmos entretidos durante mais algum tempo; uma certa alienação era salutar, benéfica, mesmo terapêutica.
Que saudades eu sinto do tão carismático brasileiro - ("E o burro...sou eu?") monopolizou o país de lés a lés - novos, velhos, ricos e pobres, fanáticos e indiferentes; com o seu sotaque simpático, envolvente, arrastou multidões aos estádios, às ruas, engalanou as janelas e varandas de Portugal!...
Não ganhámos o campeonato mas vivemos dias de completa loucura!
A toda essa genica, alegria, força, fomos, agora, confrontados com as detestáveis, ruidosas, poluentes vuvuzelas, uma falta de garra, um discurso morno, monótono e, porque não dizê-lo arrogante para rimar com pedante?
Perdemos e, à excepção da goleada (7/0) à Coreia do Norte, nada houve que nos tivesse animado, divertido, dado uma réstia de esperança!...
Nem todos os mandatos/contatos se cumprem neste país... será que o Queirosiano seja uma excepção?!...

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Avó estofadora









A Nanocas já gosta de brincar com bonecas, de as vestir e sobretudo de as despir e pô-las a fazer "ó,ó".
Procurei, procurei... e encontrei a Maria e o Manel de fatiotas pedagogicamente confeccionadas com uma finalidade específica: as crianças exercitarem e desenvolverem a sua destreza manual - abotoar e desabotoar, lidar com os fechos (rirris?) e autoclantes, apertar atacadores, fazer lacinhos - práticas que lhes vão desenvolvendo de entre outras capacidades a de autonomia.
E para pôr os bebés a dormir?Era melhor uma cama onde coubessem os mais pequenos mas também os maiores!
Tive uma ideia! Arquitectei um "sommier" e com 2 tábuas , 4 rodinhas, 1 pequena placa de esponja, uns restos de tecido, agrafador e muito, muito amor concretizei um daqueles miminhos que também me deu grande prazer no seu "fabrico" e garantidamente lhe vai proporcionar momentos inesquecíveis. A mantinha acolchoada e o travesseiro são adereços imprescindíveis!...
É uma sugestão para as vovós (temos mais tempo, disponibilidade do que os papás) muito gira, de fácil execução e que as nossas netas vão apreciar, desfrutar durante vários anos e, quiçá, guardar como recordação... de alguém que elas sabem que as ama/amou muito!
Feito por uma avó, tem uma importância especial, um valor acrescentado!!!