segunda-feira, 27 de junho de 2011

Avó decidida


















Andamos mesmo em maré de acordos!... Ele é acordo político, ele é acordo programático, ele é acordo interno, ele é acordo europeu, ele é acordo ortográfico...

Neste emaranhado, labiríntico plantel de acordos, quantos não são os desacordos que estiveram na sua génese e que, somente por via das circunstâncias, o deixaram de ser para passarem a "pseudo acordos"!...

Sempre gostei de acompanhar a evolução dos tempos. Vanguardismo?! não exageremos... contudo, apesar da minha (ainda não provecta) mas já avançada idade, abomino dias mornos, vazios, rotineiros em que nenhuma das suas 24 horas me traga nada de novo, me espicace alguma curiosidade, enfim, me acrescente (por pouco que seja) ou equilibre o meu nível de conhecimentos... sim, porque à medida que o tempo vai passando, muitos dados vão-se "auto deletando" para o disco rígido se ir renovando com novos ficheiros... por quanto tempo?!... isso já é outra conversa...

Sou uma aprendiza compulsiva!...

Contudo, em relação ao acordo ortográfico, a minha adesão não tem sido tão espontânea quanto era suposto.

É com ligeireza/ignorância(?!) que tudo se resolve a partir de agora se retirarmos as consoantes surdas ou usarmos ou não o hífen nas palavras compostas por justaposição... e as excepções?... e tantos outros casos que nos questionam dúvidas e para as quais ainda não temos meios acessíveis, capazes e habilitados para as elucidar?
As minhas previsões para os próximos tempos (que vão ser longos) não são famosas... vão ser múltiplas as versões para um mesmo texto... à conta do acordo ortográfico, tudo vai ser permitido, desculpado...

A minha decisão está tomada - enquanto não me sentir completamente esclarecida vou continuar a escrever de acordo com a antiga ortografia.

Decididíssima também estou a mostrar-vos cada vez mais miminhos sempre com uns laivos de novidade... este gorro a fazer "pendant" com o vestidinho... é lindo, funcional e fácil de concretização!...





















sexta-feira, 3 de junho de 2011

Avó voluntária

























2011 ano europeu do voluntariado. Mas então todos os anos, diria mesmo todos os dias não são dias de voluntariado?!


No mundo global em que vivemos há uma tendência levada ao limite de rotular todos ou quase todos os dias do ano.


Embora compreenda o objectivo de tal prática, lotada dos mais sublimes e bem intencionados propósitos, não deixo de discordar de alguns, não só por se tornarem demasiadamente banais e, como tal, perderem a sua verdadeira essência mas, sobretudo, porque algumas dessas efemérides são passíveis de grandes embaraços, situações muito complexas de se ultrapassarem.


Quão difícil, triste, penoso é o dia da mãe, do pai para todos aqueles que já os não têm, muito especialmente para as crianças que, nas suas escolinhas, dias a fio preparam a festa, fazendo trabalhos, ilustrando-os, escrevendo poemas para os oferecerem... a quem?! Isto não é desumano, ilegítimo? Será que o bom senso aliado a uma abastada dose de diplomacia por parte dos crescidos sejam suficientes para minorar o sofrimento destes seres frágeis e tão vulneráveis???


Mal andará o mundo se temos de ser lembrados para ir aos cemitérios (com frondosos ramos florais) visitar os nossos entes queridos em determinado dia!... E nos outros 364 dias do ano? Simplesmente ficam esquecidos, abandonados às ervas e bicharada?!...


Sou demasiado pragmática e levo aquela já tão desgastada e corriqueira (mas tão assertiva)máxima à exaustão "o dia de natal deve ser todos os dias".


Sou voluntária continuamente e não concebo a nossa existência sem nos dar-mos aos outros particularmente aos que, por um ou outro motivo, se encontram mais fragilizados. Há mil e uma maneiras de exercer o voluntariado - são tão variadas quanto as necessidades da comunidade e a criatividade de quem o pratica não havendo fórmulas nem modelos a serem seguidos. Todos nós temos algumas capacidades, habilidades, dons que, por parcos que sejam, podem fazer bem a alguém e garantidamente nos trazem a nós próprios uma grande satisfação, uma enorme realização pessoal.


" O voluntariado é um hábito do coração e uma virtude cívica" - exige muito amor, muita generosidade, grande solidarização, um altruísmo sem limites e por que não dizê-lo algum ou por vezes muito sacrifício... mas vale a pena!...


E também não vale a pena gastar algum do nosso tempo a fazer um miminho destes?...