quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Avó futurista






Natal! Ano Novo!
Se a idade e a inocência me permitissem, escreveria nesta época natalícia uma carta ao Menino Jesus implorando-lhe fervorosamente:
  • Saúde e resignação para os que não têm a bênção de a ter
  • Paz mundial
  • Aparição de um génio iluminado/mente brilhante de qualquer proveniência sócio política, detentor de ideias mirabolantes, sensatas, eficazes, consistentes, todavia exequíveis a breve trecho, susceptíveis de revolucionar o estado caótico do nosso país, criando urgentemente uma economia sólida (postos de trabalho), uma justiça "justa" e célere. Se fosse hábil a mudar estas prioridades "prementes", ninguém duvidadaria da sua capacidade de alterar todas as outras vertentes que por aí andam, igualmente, pelas ruas da amargura.

Só com estes pressupostos me atrevo a desejar um Bom Ano já que segundo os prognósticos se avizinha terrífico...antes de o ser já o é!...

Tal como nas datas de aniversário, na passagem de ano fazemos os nossos balanços, magicamos estratégias para corrigir este ou aquele ponto anteriormente menos conseguido (quiçá fracassado); também é recorrente nestas ocasiões, faz parte das conversas de circunstância, desabafarmos uns com os outros que estamos a ficar mais velhos ( como se nos restantes dias do ano permanecêssemos imunes ao envelhecimento)...

Ora, a avó da imagem, a avó futurista, (não sou eu...para quem não me conhece, mas revejo-me nela completamente) é paradigmática. É o protótipo da pessoa que sabe envelhecer bem, (isto também tem ciência!...); apesar da sua provecta idade, mantém-se empenhada, dinâmica, actualizada e, assim, forçosamente ainda interessada pelo mundo que a rodeia. Tal como para ela, o tricô e as novas tecnologias fazem parte dos meus centros de interesse; os meus miminhos falam por si... para além dos que tenho vindo a partilhar convosco ao longo destes dois anos, muitos outros guardo no meu "portfolio", no meu baú de recordações!!! Qual vai ser o seu destino?! INCÓGNITA!...

sábado, 11 de dezembro de 2010

Avó dividida









A partir do momento em que ouvi uns "zuns zuns" de uma hipotética viagem dos pais da Mariana, logo idealizei e programei, ao pormenor, a sua estadia em minha casa. Apesar de estes convívios mais prologados não serem originais o certo é que já havia brinquedos muito abebezados ( com dois anos e meio já há outros centros de interesse) - urgia a renovação de algum material pedagógico e... o quarto... precisava agora de uma boa doze de criatividade, ganhar mais espaço para ela poder brincar e mexer-se mais à vontade, já que as previsões metereológicas não eram convidadivas a passeios ou quaisquer outras folias ao ar livre. A logistíca estava perfeita!
Mas... e a vida é sempre recheada de adversativas... o que "a priori" tudo fazia crer que iríamos viver mais uma aventura entre avós e neta onde não faltaria diversão, brincadeira, com todos os encantos e magia a que os nossos encontros já nos vinham habituando... eis que a Nanocas nos surpreendeu adoentada e, à medida que os dias iam avançando, as febres maçadoras e incomodativas teimavam em persistir agredindo a normal boa disposição da minha pequenina... fazia pena o seu choro doído, o seu olhar sempre doce mas tristinho acompanhado de constantes e confrangedores apelos "a mamã?"... Por mais que uma avó se desdobre em carícias, em miminhos, vá de encontro aos seus mais íntimos desejos, na doença e nos momentos mais problemáticos, o colinho de mãe é insubstituível!...amei-a mais do que nunca, amei-a com extravagância, estive sempre vigilante, fui a confidente de todos os seus momentos de ressentimento...
A par deste quadro, havia lá longe, no outro lado do mundo, ainda um outro mais sofredor! ... A mãe com constantes mensagens angustiantes mas sempre esperançosas... e esta avó, divididíssima, contornando a situação, muito comedida, com respostas evasivas, sem mentiras, é certo, mas com algumas omissões!...
Mas a aventura teve um desfecho feliz! Os papás chegaram e a Marianinha já muito melhor, embora ainda combalida, recebeu-os de braços abertos e logo mostrou vontade de regressar ao seu doce lar.
Nem tudo são flores no caminho de uma avó...de uma coisa estou certa - esta experiência ainda estreitou mais os laços e a cumplicidade que nos unia.
Não vão faltar ocasiões para termos novas aventuras mais interessantes e diversificadas...
Como se portou bem, merece este vestidinho num azul lindo onde o rosa choque e o branco fazem uma combinação alegre e discreta; a barra e os punhos são feitos em ponto de arroz, todo o resto é liso à excepção do jacard na parte da frente. (Só lamento as cores estarem distorcidas... estou mesmo a precisar de uma máquina fotográfica nova!...)