quinta-feira, 20 de junho de 2013

Avó limitada













 
Costurando sem saber costurar!
Não, não tenho quaisquer dotes para a costura, de todo… confessava-me uma negação absoluta, uma perfeita nulidade nesta arte… contudo, nunca tinha experimentado…  e com uma dica daqui, outra dacolá, o resultado está à vista… Estes meus vestidinhos são a prova “provada” que, quando nos empenhamos muito, conseguimos alcançar os nossos objectivos. Evidentemente que, por de trás desta minha experiência, esteve subjacente uma decisão nada ingénua, bastante ardilosa, algo fraudulenta para colmatar as minhas professas incapacidades - conjugar o meu já muito calejado tricô com esta estreante actividade. “Quem não tem cão, caça com gato.”
E, como é obvio, temos que começar pelo mais simples… os franzidos, as preguinhas,… e não esquecer que o material é muito importante… nada de tesouras rombas, nada de agulhas de coser tricô, como eu comecei por utilizar!!!
As mangas, os decotes, as cavas ficam para “outras núpcias”…
Até ao momento o que mais me apreende é coser à máquina… não é propriamente um gráfico da actividade sísmica dos Açores mas o meu ponto ainda nada tem a ver com a suposta definição de recta!!! É preciso treino, muito treino e exige bastante concentração, não se pense que é “chupar cana e assobiar ao mesmo tempo”!
Apesar das minhas limitações, a combinação resultou, não resultou?!

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Avó omissa


MarianaBabá, hoje não me contas uma história?
Eu – Claro, vamos lá! Na semana passada…lá muito…
Mariana – Mas, babá, isso não é uma história. As histórias começam sempre “Era uma vez” ou “Há muitos anos”..
Eu – Geralmente é como dizes… mas esta história é mesmo verdadeira, aconteceu há uns dias…lá muito, muito longe, na China… as autoridades foram chamadas por alguém que dizia ter ouvido um choro de um bebé… e sabes de onde vinham os gemidos?!... Vinham de um cano muito sujo e bolorento do prédio velho que essa pessoa habitava!!! Os polícias testemunharam o facto, imediatamente pediram socorro aos bombeiros para esclarecerem e aliviarem aquele aflitivo e desesperado chamamento. Desconfiados de certezas, cuidadosa e cirurgicamente serraram os canos e levaram com toda a velocidade a tubagem para o hospital onde, com muita ansiedade, muita perícia mas também com muita eficácia tiraram um bebé pequenino, um recém nascido com 2k e pouco, todo encolhidinho… o cano era muito estreito… repara na palma da mão da babá… era mais apertado do que este espaço!...
Mariana – E ele estava vivo?
Eu – Sim, mas muito sofrido, como podes imaginar!... Os médicos trataram muito bem dele para que pudesse sobreviver e ter muita saúde…
Mariana – E quem o pôs no esgoto?
Eu – Foi a sua própria mãe que o deixou escorregar pela sanita a baixo!!!...
Mariana – Mas isso não pode ser verdade! Todas as mães são boas… só os maus e as madrastas é que fazem maldades!
Eu- É verdade… mas esta mãe estava muito doente, sem forças e não conseguiu segurar o filho!!!
Mariana – E agora o menino? Vai viver com quem?
Eu – Há já muitas pessoas que o querem adotar, tratar dele, dar-lhe todo o amor, carinho e miminhos que ele merece…
Mariana – Então é uma história verdadeira, muito triste com final feliz…
EuÉ uma história com muita história e que vai fazer história…
Mariana  - O que estás a dizer?
Eu – Um dia, quando fores mais crescida, vamo-nos relembrar deste acontecimento e conversar sobre as condições miseráveis em que nascem e vivem a maior parte dos chinezitos, o elevado número de abandono de bebés, conhecer as regras que as mães têm de obedecer para terem os seus filhos, ou melhor, o seu único filho … e muitas, muitas outras coisas…