Avó rendida

Afinal os botões azuis indiciavam um interregno na intenção do meu público alvo (as meninas). Não faço qualquer tipo de descriminação em relação aos rapazes, mas a predominância do género feminino na minha família é de 99% e, só por isso, me sinto mais vocacionada e motivada

para motivos femininos.

Mas ao varrer o olhar por uma revista, rendi-me completamente a este modelo – irresistível!
Não é, pois, produto da minha imaginação; plagiei-o, muito fielmente, já que qualquer alteração, por muito criativa que fosse, não resultaria tão bem como as presentes imagens revelam.
As riscas estreitas do macaquinho, sem mangas e pernas curtas, são realçadas pelo branco e condizem lindamente com o contraste das riscas largas do casaco – uma sintonia perfeita!

Fiquei com vontade de repetir a façanha!

Avó moderada

Depois do discreto casaco beije, tive vontade de dar um volte face, uma cambalhota de 360º e fazer este espalhafatoso “arco-íris”.

É a necessidade de variar, experimentar combinações, pisar o incerto, arriscar!...
Sorte (ou azar) da criança que vai vestir o casaco! Só não tem as sete cores do “arco da velha” porque não as encontrei! Mas esta ainda é a minha faceta moderada!

Ando cá com uma "pica" que não me admiro se vier a surpreender tudo e todos, incluindo-me a mim própria, com uns miminhos mais extravagantes, até mesmo excêntricos.
Este é bastante garrido, folclórico, muito apelativo.

Botões azuis? Será para rapazinho ou simplesmente uma questão estética? A ver vamos!...

Avó egoísta

Elejo o dia 7 de Março como sendo o dia mais feliz da minha vida – o dia do nascimento da minha primeira filha, mãe da Nanicas. Faz hoje 32 anos!
Tudo era desconhecido, uma expectativa desmesurada, uma novidade cheia de interrogações! Foi uma opção bem pensada e muito consciente não ter dado ouvidos a ninguém, não ter feito qualquer leitura específica ( partos/nascimentos e afins); foi nessa santa e saudável ignorância que passei toda a gravidez e entrei na sala de partos.
Meses inesquecíveis, ímpares de boa disposição! Sentia-me poderosa, egoísta; afinal a minha filha, para todos os efeitos, ainda era só minha. Só eu é que a sentia, só eu é que já a conhecia. Embora ansiosa, e já no fim do tempo de gestação, não tinha vontade que todo este romance acabasse.
Eu sabia que a partir do momento em que ela nascesse, ela já não era só minha, já não iria andar sempre comigo. Tal era o sentimento de posse!
Chegou o momento! Tremendamente brutal, excessivamente mágico! Ela nasceu! Que alegria!

Este casaquinho, cor de café com leite, é para a bebé estrear no dia dos anos da mãe, por cima de um body com golinha e punhos de xadrez com estes tons. Inventei-lhe um lacinho para quebrar tanta discrição! Ficou bem, não ficou?

Avó influenciável

O tempo para além de ser psicológico é um grande destabilizador de comportamentos.
Depois de um Inverno rigoroso, sermos surpreendidos com uns dias de sol brilhante e quente, em pleno Fevereiro, não é para o comum dos mortais! Que sorte ter nascido neste rectângulo minúsculo “à beira do mar plantado”! Com esta visita inesperada, embora transitória, vivi esta semana intensamente, usufruindo as delícias de uma primavera prematura.
O tempo “mexe” muito comigo! - a minha disposição, a maneira de encarar a vida altera-se radicalmente consoante o tempo que se faz sentir. Classifico-o mesmo de destabilizador de comportamentos.
Foi neste contexto “psico-climático” que surgiu este casaquinho bem garrido e alegre condizente com estes dias claros e radiosos. Pus de parte, temporariamente, as lãs de cores mais cinzentas e usei algum do meu tempo a fazer este miminho. Vermelho e branco! As costas vermelhas com o cinto branco e as frentes e mangas brancas com os punhos vermelhos;

utilizei apenas três botões vermelhos para dar um ar mais solto, mais descontraído! Ficou lindo! Muito desportivo!