quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Avó enamorada

O tempo é psicológico, consoante o contexto em que é vivido, é preguiçoso e enfadonho que nem caracol em dias abrasadores ora é agradável, estimulante e, então, torna-se fugaz, veloz como o pensamento...
Passaram-se 4 anos... foi tudo tão rápido... tinha acabado de ser avó e coincidentemente coagida a deixar a minha vida profissional que tanto me preenchia e que eu tanto gostava!...
"Uma catástrofe!" ... pensava eu...
Todavia, uma genica "inquietante" que me caracteriza e uma mente ainda razoavelmente ativa não me deixaram abater; foram os promotores responsáveis de uma mudança radical de vida:
voluntariado em várias vertentes, acompanhamento na educação da minha neta, dedicação mais disciplinada e regular às lides domésticas, à leitura e,... umas "escapadelas" a um outro mundo, o mundo do tricô!...
Para quem temia que o tempo sobrasse!?...
Agora tenho de frenar um pouco todos estes meus apetites... por uma boa causa... o Francisco já nasceu e eu quero acompanhar o seu crescimento, dar-lhe muito carinho, amor, muita atenção ... mas os miminhos vão continuar... estou certa que ele me vai inspirar... este fatinho já não será indício dessa minha convicção?




quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Avó confiante

Acabámos de presenciar o acontecimento mais relevante do ano de 2012 - a eleição do Presidente dos EUA. Apesar de bastante renhida, os eleitores americanoss, muito mais comedidos do que há 4 anos atrás, (tempo em que acreditavam que tinha chegado o Salvador da Pátria) deram, agora, tangencialmente a vitória a Obama.
Causas desta atitude moderada? Entre outras - as expectativas terem sido demasiadas, excessivas... o país também estar mergulhado num caos económico... com um desemprego assustador... o seu antecessor não ter sido um Sócrates mas um Bush igualmente irresponsável e megalómano... ...
Algumas promessas foram cumpridas, outras não passaram de ser anunciadas... enfim, deram-lhe o benefício da dúvida para neste novo mandato colmatar as lacunas alistadas e, assim, se redimir perante não só os seus eleitores mas todo o mundo!!!
Apesar de assistirmos hoje a uma falência de verdadeiros estadistas, (esperamos, para bem de todos, ser temporária) Obama tem tem um certo perfil de líder - é inteligente, empenhado, carismático, novo (contudo com grande experiência de vida pública "digna" (num mundo de corruptos!...não é despiciendo...), aliando-se a tudo isto uma presença física bem simpática, de enorme vitalidade com uma oratória fluente, dinâmica, sedutora e sobretudo revelando o tal "feelig" intuição política, expressão máxima de um grande governante.
Mas daí ao receber um Prémio Nobel da Paz!!!... Precipitações, imprudências?!!!...
Não nos podendo esquecer que a tarefa de governar um país com tamanha dimensão (6 fusos horários!!!), vamos acreditar que ele vai "dar a volta" pois todos nós, povo do mundo dependemos do êxito ou fracasso da sua política.






BOM TRABALHO, BOA SORTE, OBAMA!

domingo, 7 de outubro de 2012

Avó expectante

A vida dá-nos netos para nos compensar de todas as perdas trazidas pelo amontoar dos anos - as nossas incapacidades físicas e mentais, o vazio deixado por todos aqueles pedaços que fomos perdendo sempre que partia alguém que muito amávamos...
São amores novos, profundos, capazes de amenizar o desconforto da saudade, da nostalgia e nos despertar para um novo sentido de viver, para uma outra esperança mais encorajadora.











Depois da Mariana, vem aí o Francisco para quem esta avó expectante prepara a sua chegada com muito amor e disponibilidade bem traduzidos na diversidade de miminhos já prontinhos para o aquecer nos dias frios de inverno!...

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Avó exagerada

Férias?
Mil e uma respostas consoante as preferências e a disponibilidade física e económica de cada um: descontração, sossego, lazer, praia, mar, banhos, montanha, termas, sol, calor, divertimento, agitação frenética, delirante, viagens paradisíacas ou simplesmente mudança de local ou só e apenas alterações das actividades rotineiras do dia a dia.
Sem descurar a minha responsabilidade de mãe e avó aposentada proporcionando à família todo o descanso e relaxamento merecidos (desde as lides da casa aos petiscos mais apreciados de cada um), foi numa tranquilidade pacata que passei as férias quebrando um ou outro apontamento trivial como o de substituir o "meu" tricô por uma antiga mas não menos cativante paixão - o croché.
E como quem corre por gosto não cansa, ( e eu até nem sou nada exagerada!!!) os paninhos foram surgindo e multiplicando-se... e o apetite cada vez mais aguçado... paninhos para o cesto do pão, para servir o bolo inglês, para a torta de cenoura, para tapar a jarra da água/vinho, etc... enfim, um rol de adereços que dão um toque de certa delicadeza e requinte, um valor acrescentado a uma refeição, ingredientes básicos de um cardápio de uma Fada do Lar!!!






As fotos traduzem uma parte do produto desse meu passatempo que também, tal como "as malhinhas", é muito relaxnte e ... não deixa de fazer parte da panóplia bem diversificada dos "miminhos de uma avó!"

sábado, 28 de julho de 2012

Avó indignada

Avó indignada


Temperaturas altas? ( em África não existiria uma mata caso a deflagração florestal resultasse das elevadas temperaturas!!!...) Ventos fortes? Mãos criminosas? Organizações interessadas? Falta de prevenção? Penas irrisórias, voláteis, insensíveis dos pirómanos com vasto curriculum (permissivas a que se passeiem de isqueiro na mão por onde quer que seja!?...)
Sem querer interferir na tão já desgastada, infrutífera e sazonal  polémica que tanta tinta faz correr e que nada tem remediado, proponho que nos relembremos das palavras sempre tão sábias, tão pedagógicas e, neste caso, muito premeditadamente infantis de Sophia de Mello Breyner em a "A menina do mar":
"-Trouxe-te isto - disse.
- É uma caixa de fósforos.
- Não é lá muito bonita - disse a menina.
- Não, mas tem lá dentro uma coisa maravilhosa, linda e alegre que se chama fogo. Vais ver.
E o rapaz abriu a caixa e acendeu um fósforo.
A menina deu palmas de alegria...
E o rapaz soprou o fósforo e o fogo apagou-se...
- Tu és bruxo.
- Não sou bruxo. O fogo é assim. Enquanto é pequeno qualquer sopro o apaga. Mas depois de crescido pode devorar florestas e cidades.
...
- Enquanto o fogo é pequeno e tem juízo é o maior amigo do homem: aquece-o no Inverno, cozinha-lhe a comida, alumia-o durante a noite. Mas quando o fogo cresce de mais, zanga-se, enlouquece e fica mais ávido, mais cruel e mais perigoso do que todos os animais ferozes."


quarta-feira, 20 de junho de 2012

Avó esperançada







O ano lectivo está a expirar mas ao contrário das últimas décadas surge este ano diferente e bem mais promissor.
Não posso estar mais de acordo com algumas medidas tomadas pelo actual ministro - alterações curriculares, maior autonomia das escolas, exames no 2º ciclo, novo estatuto do aluno que, levado a sério, reforça a autoridade do professor, a cultura da disciplina, do trabalho, do mérito, do respeito...
Tal como a maioria dos professores da minha geração é com muita mágoa e frustração que testemunho a degradação do ensino ao longo da minha carreira profissional. De ano para ano, vim assistindo a uma cada vez menor exigência por parte dos professores (imposta superiormente), a menos trabalho e empenho dos alunos, a um crescendo de agitação desfavorável na sala de aula e a um abraçar completamente exagerado às novas tecnologias (máquina de calcular, computador...)levando a um facilitismo imediato e a um repúdio vigoroso à pesquisa de qualquer assunto em manuais próprios.
De uma memorização"talvez" excessiva (embora não nos possamos esquecer que há uma idade própria e que tem de ser treinada) passou-se para uma realidade antagónica em que os alunos têm mais sentido crítico, maior argumentação é verdade mas, na generalidade, muito menos conhecimentos e na maioria das escolas a tudo isto se alia uma certa desorientação, desleixo, indisciplina.
NÃO NOS ESQUEÇAMOS CONTUDO
que somos o país das grandes disparidades económicas, onde se encontram as grandes fortunas e as grandes pobrezas; mas também hoje, em dia, temos uma população jovem altamente diligente, preparada, capaz de competir com as melhores do mundo, aquela que soube captar o bom do ensino tradicional e aproveitou bem e adequadamente os benefícios, as vantagens, os auxílios de toda uma cultura moderna e actual a contrastar com os muitos jovens que saem da  escola com o 9º ano a saber escrever o seu nome e pouco mais!...
ESTOU FELIZ E ESPERANÇADA! Sou adepta dos exames a começarem no 2º ciclo.
Nervos, stress, pressão? Só a irresponsabilidade é alheia a estas sinergias! Apesar de desgastantes, reconheço, são positivas, necessárias ao nosso crescimento intelectual e educativo que nos acompanham ao longo da vida e, apesar de treinadas, perseguem-nos por mais que as queiramos arredar. Quanto melhores formos mais as sentimos... o desempenho do nosso Ronaldo no euro não é o paradigma de tais idiossincrasias?!...

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Avó consternada









Que estamos habituados a ser invadidos nas nossas próprias casas por péssimas notícias, não é novidade nenhuma - escutas, mentiras, contradições, buracos, enfim, corrupção... a tudo isto, por força das circunstâncias já nos foms predispondo a receber com tristeza e grande revolta contudo já com uma certa naturalidade?! Efectivamente, há-as inevitáveis, exteriores, alheias à vontade dos nossos governantes... outras há que só a nós nos dizem respeito e evidenciam uma falência de gestão para ser muito suave no seu julgamento.
Fomos informados, há dias, da subida do preço da água e da (tardia) uniformização do respectivo tarifário.
Há quantas décadas que estudos feitos por técnicos altamente credenciados previam a escassez da água e propunham medidas alternativas de remediação para o seu consumo?! Perante tais anunciadas restrições, será lógico, normal, razoável que nada se tenha mudado no sentido de não utilizarmos a água potável que tão dispendiosa nos chega indiscriminadamente na cozinha, nos banhos, nas regas, nos despejos?!
As infra estruturas acarretavam gastos avultados? E as auto estradas paralelas que por aí se construíram e tantas outras parcerias que se apadrinharam não arrasaram os cofres do estado?
À excepção de algumas campanhas apelativas ao seu gasto moderado, nada foi feito, tudo ficou na gaveta!
E em vez de sermos agora contemplados com a boa notícia que por se tratar de um bem tão essencial como o ar e tal como este o devíamos consumir grátis ou por uma módica importância... vamos pagar uma factura ainda mais pesada!...
Em síntese: nítido fracasso de gestão de prioridades e manifesta falta de alcance em prever consequências futuras...