sexta-feira, 3 de junho de 2011

Avó voluntária

























2011 ano europeu do voluntariado. Mas então todos os anos, diria mesmo todos os dias não são dias de voluntariado?!


No mundo global em que vivemos há uma tendência levada ao limite de rotular todos ou quase todos os dias do ano.


Embora compreenda o objectivo de tal prática, lotada dos mais sublimes e bem intencionados propósitos, não deixo de discordar de alguns, não só por se tornarem demasiadamente banais e, como tal, perderem a sua verdadeira essência mas, sobretudo, porque algumas dessas efemérides são passíveis de grandes embaraços, situações muito complexas de se ultrapassarem.


Quão difícil, triste, penoso é o dia da mãe, do pai para todos aqueles que já os não têm, muito especialmente para as crianças que, nas suas escolinhas, dias a fio preparam a festa, fazendo trabalhos, ilustrando-os, escrevendo poemas para os oferecerem... a quem?! Isto não é desumano, ilegítimo? Será que o bom senso aliado a uma abastada dose de diplomacia por parte dos crescidos sejam suficientes para minorar o sofrimento destes seres frágeis e tão vulneráveis???


Mal andará o mundo se temos de ser lembrados para ir aos cemitérios (com frondosos ramos florais) visitar os nossos entes queridos em determinado dia!... E nos outros 364 dias do ano? Simplesmente ficam esquecidos, abandonados às ervas e bicharada?!...


Sou demasiado pragmática e levo aquela já tão desgastada e corriqueira (mas tão assertiva)máxima à exaustão "o dia de natal deve ser todos os dias".


Sou voluntária continuamente e não concebo a nossa existência sem nos dar-mos aos outros particularmente aos que, por um ou outro motivo, se encontram mais fragilizados. Há mil e uma maneiras de exercer o voluntariado - são tão variadas quanto as necessidades da comunidade e a criatividade de quem o pratica não havendo fórmulas nem modelos a serem seguidos. Todos nós temos algumas capacidades, habilidades, dons que, por parcos que sejam, podem fazer bem a alguém e garantidamente nos trazem a nós próprios uma grande satisfação, uma enorme realização pessoal.


" O voluntariado é um hábito do coração e uma virtude cívica" - exige muito amor, muita generosidade, grande solidarização, um altruísmo sem limites e por que não dizê-lo algum ou por vezes muito sacrifício... mas vale a pena!...


E também não vale a pena gastar algum do nosso tempo a fazer um miminho destes?...

3 comentários:

Anónimo disse...

Tão isnpiradora, Rosa, como sempre. Concordo inteiramente consigo :)
Um beijinho grande
Teresa Dias

Filha disse...

Infelizmente, há muito poucas pessoas no mundo a pensar como tu... Muitas, mas muitas menos, a agir como tu!

Giovana Orsi disse...

Cheguei no seu blog por acaso, e adorei!
Lindos teus ideais e teuas tricôs, parabéns.