terça-feira, 10 de abril de 2012

Avó injustiçada






A transitoriedade e a finitude da vida - tema tão comum, banal, tão comezinho, aparentemente tão interiorizado não fôssemos nós coagidos a questioná -lo de quando em quando, muito especialmente na chegada fulgurante da primavera.
A primavera está aí - arrebatadora, resplandecente, vigorosa; toda a natureza ressuscita, tudo à nossa volta renasce, rejuvenesce... o verde fica mais verde, o azul mais azul, o amarelo mais cintilante...
E nós?
Vamo-nos, paulatinamente, desbotando, perdendo a cor, a força, murchando, tornando-nos, em cada primavera, mais debilitados, definhando, definhando até que...
É justo termos uma só primavera na vida?
Rendendo-me à evidência da minha modesta condição de humana, resta-me não competir com o óbvio mas contrariá-lo, criando primavera à minha volta. Este casaquinho, todo ele inteiriço (ver fotos) de um rosa mais vivo que todas as cores vivas é bem sintomático da necessidade que sinto em contribuir e conviver com a "minha" primavera!...

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