Sendo muito pragmática e
esquecendo quaisquer considerações filosóficas, (se não as domino, como as
posso esquecer!?) a liberdade traduz-se, no dia a dia, em várias liberdades:
pensar, ler, escrever o que me apetece, falar com quem simpatizo, opinar sobre
assuntos que me agradam, levantar-me e
deitar-me à hora que quero, enfim, organizar-me segundo os meus interesses e
conveniências, tendo, evidentemente, sempre como premissa que é uma liberdade
condicionada por tudo o que existe à minha volta, não sendo, portanto, nunca
completamente absoluta.
Doloroso, inadmissível,
cruel é chegarem-nos ao conhecimento (sec.XXI) casos, atrás de casos de seres humanos ainda muito
genuínos, nas suas mais belas e promissoras idades a quem lhes é retirado
brutal e animalescamente esse direito tão intrínseco, essencial, precioso, abusando deles violentamente, emparedando-os, acorrentando-os como se de perigosos criminosos se tratasse.
Nem todos têm o mesmo final - uns desaparecem para todo o sempre deixando famílias
amarguradas, destroçadas num luto céptico que as leva a andar por aí, simplesmente a vegetar.
Outros, ao fim de uma década,
despertam para a vida, vindo de um estado de “coma” profundo, acordado, vivido cheio de
tortura, pesadelo, consciente de impotência ou quem sabe sempre esperançado de,
se não hoje, amanhã ou um dia destes conseguir uma nova estratégia, uma
escapatória libertadora.
E depois destas
provações escabrosas haverá medicina, psicologia… capazes de reabilitar
tamanhos traumas, tamanhas fragilidades? Vamos ter esperança!
Força, força! Coragem, muita
coragem!