terça-feira, 14 de maio de 2013

Avó violentada


Sendo muito pragmática e esquecendo quaisquer considerações filosóficas, (se não as domino, como as posso esquecer!?) a liberdade traduz-se, no dia a dia, em várias liberdades: pensar, ler, escrever o que me apetece, falar com quem simpatizo, opinar sobre assuntos que me agradam,  levantar-me e deitar-me à hora que quero, enfim, organizar-me segundo os meus interesses e conveniências, tendo, evidentemente, sempre como premissa que é uma liberdade condicionada por tudo o que existe à minha volta, não sendo, portanto, nunca completamente absoluta.
Doloroso, inadmissível, cruel é chegarem-nos ao conhecimento (sec.XXI) casos, atrás de casos de seres humanos ainda muito genuínos, nas suas mais belas e promissoras idades a quem lhes é retirado brutal e animalescamente esse direito tão intrínseco, essencial, precioso, abusando deles violentamente, emparedando-os, acorrentando-os como se de perigosos criminosos se tratasse. Nem todos têm o mesmo final - uns desaparecem para todo o sempre deixando famílias amarguradas, destroçadas num luto céptico que as leva a andar por aí, simplesmente a vegetar.
Outros, ao fim de uma década, despertam para a vida, vindo de um estado de “coma” profundo, acordado, vivido cheio de tortura, pesadelo, consciente de impotência ou quem sabe sempre esperançado de, se não hoje, amanhã ou um dia destes conseguir uma nova estratégia, uma escapatória  libertadora.
E depois destas provações escabrosas haverá medicina, psicologia… capazes de reabilitar tamanhos traumas, tamanhas fragilidades? Vamos ter esperança!
Força, força! Coragem, muita coragem!
Vale a pena viver a vida com liberdade!