quarta-feira, 20 de junho de 2012

Avó esperançada







O ano lectivo está a expirar mas ao contrário das últimas décadas surge este ano diferente e bem mais promissor.
Não posso estar mais de acordo com algumas medidas tomadas pelo actual ministro - alterações curriculares, maior autonomia das escolas, exames no 2º ciclo, novo estatuto do aluno que, levado a sério, reforça a autoridade do professor, a cultura da disciplina, do trabalho, do mérito, do respeito...
Tal como a maioria dos professores da minha geração é com muita mágoa e frustração que testemunho a degradação do ensino ao longo da minha carreira profissional. De ano para ano, vim assistindo a uma cada vez menor exigência por parte dos professores (imposta superiormente), a menos trabalho e empenho dos alunos, a um crescendo de agitação desfavorável na sala de aula e a um abraçar completamente exagerado às novas tecnologias (máquina de calcular, computador...)levando a um facilitismo imediato e a um repúdio vigoroso à pesquisa de qualquer assunto em manuais próprios.
De uma memorização"talvez" excessiva (embora não nos possamos esquecer que há uma idade própria e que tem de ser treinada) passou-se para uma realidade antagónica em que os alunos têm mais sentido crítico, maior argumentação é verdade mas, na generalidade, muito menos conhecimentos e na maioria das escolas a tudo isto se alia uma certa desorientação, desleixo, indisciplina.
NÃO NOS ESQUEÇAMOS CONTUDO
que somos o país das grandes disparidades económicas, onde se encontram as grandes fortunas e as grandes pobrezas; mas também hoje, em dia, temos uma população jovem altamente diligente, preparada, capaz de competir com as melhores do mundo, aquela que soube captar o bom do ensino tradicional e aproveitou bem e adequadamente os benefícios, as vantagens, os auxílios de toda uma cultura moderna e actual a contrastar com os muitos jovens que saem da  escola com o 9º ano a saber escrever o seu nome e pouco mais!...
ESTOU FELIZ E ESPERANÇADA! Sou adepta dos exames a começarem no 2º ciclo.
Nervos, stress, pressão? Só a irresponsabilidade é alheia a estas sinergias! Apesar de desgastantes, reconheço, são positivas, necessárias ao nosso crescimento intelectual e educativo que nos acompanham ao longo da vida e, apesar de treinadas, perseguem-nos por mais que as queiramos arredar. Quanto melhores formos mais as sentimos... o desempenho do nosso Ronaldo no euro não é o paradigma de tais idiossincrasias?!...

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Avó consternada









Que estamos habituados a ser invadidos nas nossas próprias casas por péssimas notícias, não é novidade nenhuma - escutas, mentiras, contradições, buracos, enfim, corrupção... a tudo isto, por força das circunstâncias já nos foms predispondo a receber com tristeza e grande revolta contudo já com uma certa naturalidade?! Efectivamente, há-as inevitáveis, exteriores, alheias à vontade dos nossos governantes... outras há que só a nós nos dizem respeito e evidenciam uma falência de gestão para ser muito suave no seu julgamento.
Fomos informados, há dias, da subida do preço da água e da (tardia) uniformização do respectivo tarifário.
Há quantas décadas que estudos feitos por técnicos altamente credenciados previam a escassez da água e propunham medidas alternativas de remediação para o seu consumo?! Perante tais anunciadas restrições, será lógico, normal, razoável que nada se tenha mudado no sentido de não utilizarmos a água potável que tão dispendiosa nos chega indiscriminadamente na cozinha, nos banhos, nas regas, nos despejos?!
As infra estruturas acarretavam gastos avultados? E as auto estradas paralelas que por aí se construíram e tantas outras parcerias que se apadrinharam não arrasaram os cofres do estado?
À excepção de algumas campanhas apelativas ao seu gasto moderado, nada foi feito, tudo ficou na gaveta!
E em vez de sermos agora contemplados com a boa notícia que por se tratar de um bem tão essencial como o ar e tal como este o devíamos consumir grátis ou por uma módica importância... vamos pagar uma factura ainda mais pesada!...
Em síntese: nítido fracasso de gestão de prioridades e manifesta falta de alcance em prever consequências futuras...