quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Avó jogadora















Muitas vezes um acessório por despretensioso que pareça é o melhor amigo de um visual...pode marcar a diferença, enriquecer, reforçar, compor o conjunto. Quando bem escolhido, mesmo certeiro, dá presença e vida, monopoliza o todo fazendo-se valer por si, deixando quase imperceptível todo o restante. Um laço, um cinto, um botão... sim, um simples botão pode ser o elemento vital de uma toilette.

Ao longo dos anos, em minha casa, sempre que uma peça de vestuário tinha os dias contados, os seus respectivos botões tinham um destino bem mais digno... continuavam a ter vida numa caixa própria de recordações... quantos deles, ainda hoje, nos fazem reviver fatiotas que usámos em momentos tão marcantes da nossa vida..., são testemunhos..., funcionam como memórias..., são verdadeiros reflexos Pavlovianos.

De Pavlovianos passaram também a ser motivo de diversão, de pedagogia... neste momento é o passa tempo favorito da minha neta que, comigo, engendra jogos e mais brincadeiras utilizando os tantos e variados botões da colecção - contando o conjunto, dividindo-o por cores, por formas, agrupando-os por ordem crescente, decrescente - autênticos " exercícios de matemática"... enfim, para além de servirem de memória futura, estimulam diversas habilidades/capacidades (memória, interesse, concentração, associação...)

... brincando, aprende-se...com as avós...

Este é mais um conjunto de saiinha e casaquinho... todo ele branco... muito fino, muito singelo, conseguido apenas com uns pontos de liga intervalados por pontos de meia;. Fazem-se 17 fiadas inteiras de meia; na 18ª, do lado direito, tricotam-se 2 malhas em liga, seguem-se 2 em meia, 2 em liga...; do avesso (19ªfiada) tudo é feito em liga, na 20ª, ( do direito) novamente 2 em liga, 2 em meia... mas desencontradas da 18ª fiada. No peitilho da saia repetem-se estes pontos apenas com intervalos não de 17 fiadas mas de 3 ou 4. Lindo! Pena o efeito ser tão ofuscado pela qualidade fotográfica!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Avó embevecida












Tendo em conta o "statu quo" em que vivemos e analisando em tom de balanço a recente venda/exposição de Natal na nossa Paróquia, chegamos à conclusão que não tendo sido fantástica, pautou-se por muito razoável, bastante equilibrada. Vendemos muito... o que não significa termos feito dinheiro suficiente para resolvermos muitas das situações aflitivas com que nos confrontamos constantemente... contudo, não vai ser impeditivo de continuarmos com os nossos trabalhinhos, conscientes que exigem muito esforço da nossa parte e apesar de estarem à venda pelo custo praticamente do material utilizado,... tudo o que vem é lucro...mão de obra barata (à borla neste caso)... influência chinesa? Já não bastava uma loja chinoca em cada esquina... agora 21% na EDP... um dia destes é mais a compra de um Banco?!...Qualquer dia será outro negócio?! NEGÓCIOS DA CHINA?! Para quem? Para eles, para nós...? INCÓGNITA!

Para além de aulas e actividades afins nunca na minha vida tinha vendido qualquer outra coisa, artigo, produto... foi uma experiência que não me deixou incólume, indiferente... fez-me reflectir quão trabalhosa, cansativa e tão mal paga é a vida de um artesão por mais empenho, criatividade, originalidade que imprima nas suas obras... elas , na verdade, são apreciadas mas nunca avaliadas nem de perto nem de longe pelo seu justo valor!

A realização pessoal é, sem dúvida, fundamental e muito estimulante. Ficamos, de um modo geral, orgulhosos com o resultado final bem conseguido (este vestidinho com o pormenor da rendinha à volta da gola não me deixou tão embevecida?)... de facto assim é... mas os verdadeiros artesãos que vivem apenas e só das suas peças manufacturadas, sem outra fonte de rendimento? Forçosamente terão de viver cheios de privações!