Avó experimentadora

Uma camisola bege! Mas será cor adequada a crianças/bebés?!!! Na verdade é uma cor, muito sem cor, demasiado morna, um pouco anémica, nada apelativa! Tudo isto é verdade, o que não significa que não lhe possamos dar a volta!
Depois de montar 78/82 malhas (crianças de 2 anos) na agulha, iniciei a aventura…as experiências começaram logo no cinto…Para lhe dar um certo realce, em vez do tradicional ponto de arroz, engendrei uma nova versão (2 malhas de liga, 2 de meia, do lado direito; sempre e só liga do avesso e, na carreira seguinte, (do lado direito) as mesmas malhas mas desencontradas).
Segue-se malha lisa para aliviar o efeito do ponto utilizado no cinto. Ao chegar perto da cava, para quebrar a monotonia, uns torcidinhos ficam sempre bem e animam o conjunto (eu e os torcidos!!!).
Cose-se a camisolinha, faz-se a carcela atrás, a tirinha do pescoço, cosem-se os botões e a obra está pronta… mas não acabada; depois de a mirar e voltar a mirar… achei que faltava ali qualquer coisa que fosse uma mais valia, que desse uma gracinha ao trabalho…
Imaginei uns lacinhos! Boa ideia! A camisolinha ficou mesmo muito feminina e tão amorosa!...

Avó martirizada

Filme de terror? Ficção?

Infelizmente eram reais as imagens que espelhavam os acontecimentos tremendamente trágicos ocorridos no Haiti!!!

Mas, meu Deus! Porquê?

Castigo? Justiça? Por coisa nenhuma? São sempre os mais miseráveis, os mais abandonados, os mais explorados a sofrerem todas estas desgraças!...
Pobre é pobre! Tal como a sua vida, também a sua morte não conheceu quaisquer laivos de dignidade!!!Todos nós temos de morrer… e não são aqueles estendais de lençóis brancos quietos abandonados pelo chão que mais me tocaram…mas sim o antes…, o sofrimento…o apelo não atendido, a angústia daquela pobre gente que também é gente pobre…
E os vivos? Estarão melhor? Sem família, sem tecto, mutilados, a sofrer, com fome, com sede, sem objectivos…sem qualquer tipo de estrutura que os possa reanimar… Autêntico flagelo!
Perante ambiente tão agonizante, teremos direito de nos queixarmos de problemas por mais graves que também possamos ter?
Temos de os relativizar e dar volta a este quadro depressivo, deprimente… Como? Encontrando estratégias, alternativas…

Também eu, neste casaquinho simplesmente cinzento, arranjei forma de o tornar feminino e muito gracioso, utilizando fitinha de veludo do mesmo tom. Consegui ou não consegui?!!!

Avó céptica

Uma autêntica aventura no Ministério da Educação! Foi, na verdade, um parto difícil…quando já se vislumbrava uma cesariana…(a criança) o entendimento nasceu!...Vamos lá ver é se é duradoiro!!!... Estou muito céptica!!!

Com muito diálogo, algumas cedências e, sobretudo muita diplomacia por parte da co autora das “Aventuras”, chegou-se ao fim de uma novela aparentemente encalhada que trazia professores e alunos inquietos e desnorteados.
Mas uma escritora que tão bem imagina epílogos para as suas muitas dezenas de livros, não iria conseguir uma solução ajustada ao problema?!!!
Ouvir-se da boca da srª ministra que vai haver disciplina, rigor, as crianças vão exercitar a memória!!! (aprender a tabuada, etc…), ter hábitos de estudo e desfrutar das novas tecnologias com peso, conta e medida, renovou em mim uma nova esperança no futuro. Não me disseram, nem li, ouvi directamente, srª ministra!...Saí do activo há um ano… muito triste, completamente decepcionada com o ensino… e com este discurso (assim ele seja posto em prática) (continuo a estar muito céptica) aparece uma luz ao fundo do túnel.
O que o país precisa é de capital humano, e isto só se consegue com as várias competências bem trabalhadas desde o primeiro dia de escola. Mãos à obra, já se perdeu demasiado tempo!...Vai valer a pena, srª ministra!!!
O que também vale a pena (na minha idade) é fazer estes e outros miminhos; potenciam outros tipos de capacidades e deixam-nos muito, muito reconfortadas!!!

Avó apreensiva

Dizem que estrear uma peça de roupa azul claro no 1º dia do ano dá sorte… Estrear não estreei… mas fiz esta saiinha… quem vai ter sorte é a bebé que a vestir…como é trespassada, é muito quentinha e, a avaliar pelos últimos dias, temos mesmo de estar preparados para enfrentar as agruras do inverno.
Mas não só para o frio temos de estar preparados… Encetámos uma nova década que, no mínimo, se nos augura de grande imprevisibilidade.
Economia!? Desemprego!? Pobreza!? Justiça!? Problemas ambientais!?...
Perspectivas? “Eles falam, falam… mas não dizem nada!!!”

É tempo de reflexão, de balanço, de darmos palpites, de formularmos desejos…
Saúde - É o bem essencial e todos nós a queremos ter.

Paz - Quero viver num mundo de quimeras. (Se todos a quisessem não haveria guerras)
Atrevia-me a sugerir que valorizássemos o que temos (por pouco que seja); os desastres, as recentes catástrofes que têm assolado o mundo inteiro, (e nós não fomos excepção) fazem-nos ver que tudo pode ser tão transitório, tão efémero!...Aprendamos a ser felizes!...